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Virtudes da Mente: uma Reflexão sobre a Natureza do Conhecimento

16:00 – 17:45 

Auditório 5-O E

Ministrante: 
Mateus Henriques Patricio (Mestrando/ PPGFIL -UFU).

Apresentação:

A história da filosofia é marcada por inúmeras tentativas de explicar a natureza do conhecimento. “O que é o conhecimento?” é a perguntas central da epistemologia e pode ser enfrentada diretamente, pelo avanço de uma definição, ou indiretamente, por discussões epistemológicas como ceticismo e fonte do conhecimento. Na década de 60, houve uma renovação no interesse filosófico de fornecer uma definição de conhecimento. A famosa objeção de Gettier (1963) agitou o cenário epistemológico da época ao apresentar um caminho para formular contraexemplos fatais para análises do conhecimento até então consideradas atrativas. Nesse mesmo período, a ética testemunhava o renascimento das teorias baseadas em virtudes. Vários filósofos contribuíram para esse movimento, mas principalmente Anscombe que, em Modern Moral Philosophy (1959), jogou luz em problemas profundos das teorias consequencialistas e deontológicas. Surge uma opção atrativa: deslocar o foco da ética da ação particular para o caráter e as emoções humanas. Esses dois movimentos filosóficos do século XX se encontram na filosofia de Zagzebski em Virtues of The Mind (1996). Neste livro, a filósofa busca formular uma teoria unificada das virtudes morais e intelectuais. Seu objetivo é construir um fundamento teórico que permita a avaliação de fenômenos morais (como a ação boa, felicidade e intenção correta), bem como epistêmicos (como justificação e conhecimento). A partir dessa base teórica, conhecimento é definido como um estado cognitivo que emerge de atos de virtudes intelectuais (virtudes como curiosidade e humildade intelectual). O objetivo do minicurso aqui proposto é fornecer uma introdução crítica à teoria das virtudes de Zagzebski e, principalmente, à sua definição de conhecimento. Para tanto, o minicurso divide-se em três partes: (i) o debate sobre a natureza do conhecimento, (ii) a teoria das virtudes de Zagzebski e, por fim, (iii) a definição de conhecimento de Zagzebski. Ao longo do minicurso discutiremos problemas caracteristicamente éticos, de psicologia moral e, principalmente, epistemológicos. Vale mencionar que a proposta do minicurso se conecta com a homenagem promovida pelo evento ao legado de Tomás de Aquino na medida que Zagzebski defende uma perspectiva aristotélico-tomista da natureza das virtudes morais. A autora também toma Aquino como um de seus principais interlocutores, apresentando e discutindo suas posições.


CONTEÚDO PROGRAMÁTICO:



BIBLIOGRAFIA:

DIA 1

BONJOUR, Laurence. Externalist Theories of Empirical Knowledge. Midwest Studies in Philosophy 5, 1980.

CLARK, Michael. Knowledge and grounds: A comment on Mr. Gettier's paper. Analysis, v. 24, n. 2, p. 46-48, 1963.

DANCY, Jonathan. An Introduction to Contemporary Epistemology. Masachusettes: Blackwell Publishing, 1985.

GETTIER, Edmund. Conhecimento é crença verdadeira justificada?. Perspectiva Filosófica: PF, v. 39, n. 1, p. 124-127, 2013.

GOLDMAN, Alvin. A Causal Theory of Knowing. The Journal of Philosophy v.64, p. 138-153, 1976

________. The Internalist Conception of Justification. Midwest Studies in Philosophy 5, 1980.


DIA 2

ZAGZEBSKI, Linda. Virtues of the mind: An inquiry into the nature of virtue and the ethical foundations of knowledge. Cambridge University Press, 1996.


DIA 3

ZAGZEBSKI, Linda. Rational faith: catholic responses to reformed epistemology. Notre Dame:

University of Notre Dame Press, 1993.

________. The Inescapability of Gettier Problems. The Philosophical Quarterly, v.44, n. 174, p. 65-73, 1994.

________. Virtues of the Mind: An inquiry into the nature of virtue and the ethical foundations of

knowledge. Cambridge University Press, 1996.

________. O que é conhecimento? In: GREGO, John. Compêndio de Epistemologia. São Paulo: Edições Loyola, 2008. p.153-190.

________. On Epistemology. Belmont: Wadsworth, 2008.

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